segunda-feira, 15 de março de 2010

OMNIA CONVERTUNTUR IN BONUM




Paisagem em Itamonte
óleo sobre tela, 40 x 50 cm


O quadro



O filme




As etapas


segunda-feira, 1 de março de 2010


O meu Cézanne




A animação mostra a progressão da pintura em tela de 40 x 50 cm, pintura a óleo.

Em outra ocasião fiz estudos a partir dessa tela de Cézanne, quem não se lembra ou não viu, pode conferir aqui.


A tentativa desta vez era de fazer uma cópia mais fiel possível ao original.

Em muitos momentos recordava do tempo de criança quando coloria desenhos, o simples preenchimento de áreas com cores. Enfim, uma brincadeira.

Porém a cópia exige que se procure agir como o autor original fez, isso não é tão simples quando não se sabe como foi. Resta apenas tentar adivinhar examinando o resultado de seu trabalho, isso só parcialmente podia fazer, a imagem que utilizava é fotografia, nunca vi o original que encontra-se na Rússia. Fui ao MASP para ver outros que há na coleção, e acabei vendo também a Arlesiana do Van Gogh, que já vi inúmeras vezes e percebi algo que nunca havia notado. O modo de pintar de um e outro diferem muito. Cézanne trabalha muito com velaturas, camadas de tinta sobre camadas previamente secas, construindo a cor por transparência de véus. Van Gogh não faz isso, ou ele justapõem cor ao lado de cor ou mistura a cor sobre a outra ao aplicá-la na tela, isso explica-se facilmente se considerarmos a prática de Van Gogh que era de pintar o quadro de uma só vez, raramente ele demorava mais de um dia num quadro voltando a ele outras vezes, portanto não havia tempo da tinta estar seca para aplicar outra camada, assim estando a tela com tinta fresca, ao aplicar outra cor ocorre a mistura. Cézanne demorava bastante na pintura de suas telas , tanto que costumava escolher frutas para suas naturezas mortas que durassem vários dias, evitando as que amadureciam e apodreciam mais rápido, para pintar flores preferia as de papel, e das pessoas que retratava exigia paciência de Jó, Sua mulher, que posou várias vezes , se acaso reclamasse da imobilidade obrigatória e prolongada ouvia: “E por acaso uma maçã se mexe?”


Abaixo seguem as imagens, separadamente, da seqüência de confecção que compõem a animação. Em tempo: usei um stencil para marcar as principais formas na tela, o stencil foi feito de uma impressão no tamanho da tela, e com vazados nos locais por marcar.



A seguir a imagem original do quadro pintado por Cézanne.





quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Itamonte




Esta paisagem é tema para uma pintura, será um quadro a óleo sobre tela, nas dimensões de 40 x 50 cm. O local é em Itamonte, no estado de Minas Gerais.



A seguir umas experiências a aquarela e bico de pena, em dimensões bem reduzidas, aproximadamente 9 x 12 cm.




No primeiro foi feita uma base em aquarela e depois os traços em nanquim violeta a bico de pena.




Outro cartão, na primeira fase, apenas aquarela e poucos traços em bico de pena.

Abaixo foi acrescentado traços a bico de pena com tinta azul. Porém o traçado não casou bem com a base em aquarela, resultou um pequeno desastre.




Mais uma pequena aquarela sobre a qual se acrescentará traços a nanquim, desta vez verde.




Ainda outro cartão, apenas aquarela com alguns traços de bico de pena sem nanquim.



A natureza da aquarela induz a um traçado fluido.
Tentaremos fugir dessa indução.



No cartão acima, procurei construir a imagem com manchas contidas em uma estrutura mais quadrada e retilínea evitando a fluidez excessiva da água.




palimpsesto - papiro ou pergaminho cujo texto primitivo foi raspado, para dar lugar a outro


pálin - antepositivo, do adv.gr. pálin 'de novo, com repetição; em sentido inverso'


estet(o) - antepositivo, do gr. aisthétós,ê,ón 'perceptível pelos sentidos, sensível', p.opos. a noétós,ê,ón 'que pode ser percebido pela inteligência',


A sequência abaixo é uma tentativa de aproveitar um papel já utilizado em uma aquarela que não deu certo. Isso é uma atitude normalmente temerária, pois a imagem já estabelecida afeta na construção da imagem que se quer fazer nova causando imagens confusas.





O papel foi virado à posição normal de paisagem e recebeu um traçado de esboço com pastel sépia. A imagem original continua predominante e o traçado fica parecendo apenas sujeira. Passei a aplicar tinta guache, tentando firmar a imagem nova, mas sem nenhum sucesso.



Espalhei então com água a tinta acrescentada, borrando mais ou menos uniformemente toda a superfície do papel, a imagem original do rosto ficou quase imperceptível.



Sobre a base escura terrosa fui agregando tinta em cores mais claras, definindo pouco a pouco a nova imagem.



Afinal a imagem concluída, totalmente independente da imagem original do rosto. Apenas que o fundo em tons escuro terrosos, produziu uma paisagem quase noturna, em que as sombras começam a predominar.



Guache, 190 x 280 mm



Este acima é um estudo a grafite, bastante detalhado. Entretanto não tenho muita paciência para tais estudos, e fica tudo meio confuso, uma imagem não muito clara.



Outra abordagem tentando carregar menos no traço. Pareceu-me ainda pesada.



Outra tentativa, poucos traços, quase nada, como breve anotação. Porém cada traço deve condensar o máximo de informação. Uma tarefa difícil.



Uma aquarela em maiores dimensões, 310 x410 mm.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

detalhes de ilusão










Algumas manchas sem nenhuma definição ou delimitação compõem folhas.








O que parece ser a torre de uma igreja vista ao longe.



São manchas de tinta, borrões quase ao acaso.



Um fundo azul e manchas de branco puro por cima: água.

O que atrai?
A semelhança?
Ou o pequeno estímulo para que de nossa imaginação componha-se o real?